domingo, 3 de junho de 2012

O Desenvolvimento das Escolas Inclusivas

Com base na leitura indicada, escreva um comentário acerca de possíveis implicações do texto na construção da Proposta Pedagógica do Campus Telêmaco Borba, tendo como parâmetro os temas:

- Gestão Participativa
- Formação Continuada
- Educação Democrática
- Nova Organização do Trabalho Pedagógico     


Referência Bibliográfica:

AINSCOW, Mel. O desenvolvimento das escolas inclusivas. In: MARCHESI, Álvaro;
GIL, Carlos Hernández e colaboradores. Fracasso escolar: uma perspectiva
multicultural. Tradução de Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, p.234-240. 

domingo, 27 de maio de 2012

Fundamentos da Proposta Pedagógica

    A proposta pedagógica do Campus Telêmaco Borba tem sido construída a partir da prática dos professores e técnicos e a partir do compromisso de refletir sobre a própria ação, de construir pontes entre a teoria (Pedagogia) e a realidade e do esforço de se trabalhar coletiva e cooperativamente. 
    As nossas experiências anteriores, nosso inconformismo e nosso desejo de mudança diante dos modelos educacionais consolidados nos levam a pensar conjuntamente em posturas que provoquem as transformações que queremos estabelecer .            
    Trata-se de propor um novo paradigma, de uma concepção que perpassa as opções e atitudes relacionadas ao complexo processo de ensino-aprendizagem. 
    Conscientes do imenso desafio, seguimos em frente.
     

  Como fundamentos da Proposta Pedagógica, foram lançados os seguintes pilares:


1) Gestão participativa

2) Formação continuada e professores e equipe pedagógica

3) Educação na perspectiva democrática

4) Nova organização do trabalho pedagógico (currículo, tempo e espaço educacionais)              


(Karina Mello Bonilaure)

Saberes da Docência e Identidade do Professor

A leitura e o debate (dia 08.05.2012) a respeito do artigo:

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores – saberes da docência e identidade do professor. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 72-89, jul./dez. 1996. 

nos forneceu algumas bases a respeito da formação de professores. A autora destaca três saberes fundamentais para a construção da identidade do professor:

A EXPERIÊNCIA
Referindo-se a experiência do professor enquanto aluno, aos modelos que acaba adotando, ainda que de modo inconsciente, explicita a importância da experiência na atuação do professor.
Trata também da reflexão contínua sobre a própria prática, na dimensão de que é um processo de construção que não se encerra. Sempre haverá pontos nos quais poderemos melhorar.       
   
O CONHECIMENTO
Provocando questionamentos acerca da natureza do conhecimento escolar e de sua pertinência na atualidade, discute o papel do conhecimento na prática docente.
Analisa a abordagem dada ao conhecimento e a importância de que a informação seja transformada em conhecimento na escola. 
Destaca, ainba, que o conhecimento deve ser tratado na perspectiva de humanização do homem.   
 
OS SABERES PEDAGÓGICOS    
Reconhecendo a importância da didática, se for aplicada de forma articulada e contextualizada, valoriza os saberes pedagógicos na profissão do professor.  
Propõe a construção da teoria a partir da própria prática docente.    


(Karina Mello Bonilaure)

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Formação de Professores Diante dos Dilemas Pedagógicos da Sociedade do Conhecimento


    A discussão sobre a formação de professores é um tema importante no momento de se estabelecer o conjunto de posturas esperadas daqueles que assumem o desafio de educar na atualidade e no futuro. É comum que seja estabelecido, como ponto de partida, a dimensão restrita, tradicional e superficial que o conhecimento é tratado na prática pedagógica docente. Com uma formação precária, com pouca experiência teórico-prática e com dificuldades no estabelecimento de relações entre o saber técnico e a realidade do mundo do trabalho, o cenário é preocupante.
     Nas inicitaivas de formação continuada dentro das instituições de ensino, ainda são raras as reflexões que aprofundem esses aspectos, no sentido de qualificar a ação docente, especialmente na Educação Profissional e Tecnológica, onde são raros os debates contínuos de natureza pedagógica.
     Neste universo, abre-se espaço para contribuições teóricas que são acolhidas, sem que seus limites sejam considerados.
     Perrenoud* e muitos outros téricos influenciaram, a partir dos anos 90, movimentos no sentido de trazer novas referências educacionais, mais adequadas ao momento atual em que vivemos. De grande relevência, a chamada Pedagogia das Competências, propõe novos paradigmas e torna-se presente (pelo menos) nos discursos dos educadores da modernidade.
     Newton Duarte afirma que as "pedagogias do aprender a aprender" estão ligadas a um modismo pedagógico e estão relacionados aos discursos pedagógicos da Escola Nova e do Construtivismo. Assim, ele adverte que elas estão fincadas numa concepção de educação e a serviço de concepções ideológicas.
 Alguns posicionamentos valorativos, presentes nessa tendência pedagógica são destacados por ele:

  1. São mais desejáveis as aprendizagens que o indivíduo realiza por si mesmo.
  2. É mais importante o aluno desenvolver um método de aquisição, elaboração, descoberta, construção de conhecimentos, do que esse aluno aprender os conhecimentos que foram descobertos e elaborados por outras pessoas.
  3. Para que a atividade seja verdadeiramene educativa, ela deve ser impulsionada e dirigida pelo aluno.
  4. A educação deve preparar os indivíduos para acompanharem a sociedade em acelerado processo de mudança.

     A princípio, todas as considerações são consideradas importantes para transformar os paradigmas e produzir um novo fazer pedagógico. O que precisa ser discutido, entretanto, é que é possível romper limites que são postos (implícitos) em cada um dos posicionamentos.
     A aprendizagem é uma experiência de profunda natureza social. Assim, a interação entre os estudantes e com o professor é fundamental e não pode ser deixada em segundo plano. Também, as experências que o indivíduo realiza sozinho (como uma síntese) tem uma parte igulamente fundamental em todo o processo. Nesse sentido, as descobertas de outros, os processos historicamente percorridos precisam ser trazidos como parte integrante dos desafios de novas descobertas. Um não exclui o outro.
Além disso, as atividades educativas precisam ser extremamente significativas para o aluno, o que não quer dizer que cabe apenas a ele a direção de todas elas. Corre-se o risco de desconsiderar a importância do professor e da própria relação que se estabelece coletivamente em sala de aula.
    Ainda, Newton Duarte, aponta ilusões da chamada "Sociedade do Conhecimento". Vamos procurar analisar a presença desses pensamentos no pensamento e na prática docente:
    Primeira ilusão – O conhecimento nunca foi tão acessível como hoje
    Segunda ilusão – A capacidade de lidar de forma criativa com situações singulares no cotidiano é muito mais importante para a aquisição de conhecimentos teóricos.
    Terceira ilusão – O que confere validade ao conhecimento são os contratos culturais.
    Quarta ilusão – Os conhecimentos tem todos os mesmo valor, não havendo entre eles hierarquia quanto a sua qualidade.
    Quinta ilusão – O apelo a consciência dos indivíduos constitui o caminho da superação dos grandes problemas da humanidade.

   De modo geral, essas ilusões parecem distorcer ou até mesmo comprometer a centralidade do papel do conhecimento na ação pedagógica. Se o conhecimento não for o primordial na escola, como sendo a matéria-prima do professor, o que restará da principal função social da educação escolar?
   Cabe questionar ainda se, de fato, o conhecimento é assim tão acessível... Os conhecimentos teóricos perderam seu valor? A cultura tem um papel preponderante legitimidade do conhecimento? Todos os conhecimentos têm o mesmo valor, para todos? A consciência ou o saber (ou ambos) pode transformar a sociedade? É possível dizer que a Sociedade do Conhecimento pode estar estabelecendo princípios educacionais não desejáveis.
   Ao reportar-se à Sociedade do Conhecimento, Lizia Helena Nagel afirma que trata-se de uma expressão empresarial dos investimentos racionalmente programados para o mundo globalizado.
 Nesse sentido, faz toda uma argumentação explicitando que o processo de desenvolvimento da sociedade da informação se deve aos oligopólios que comandam a infraestrutura da informação e, consequentemente, tem poderes ilimitados para determinar a informação que podem ser (re) passada a sociedade. Fica evidenciado nas suas colocações que há aspectos políticos e ideológicos que definem e orientam a seleção das informações.
   Na educação, o discurso é em torno da "democratização" da informação. Entretanto, ela depende dos interesses privados dos organismos que sustentam essa mesma infraestrutura.
Nesse sentido, a educação está, de fato, a serviço dessa intencionalidade , reforçando as desigualdades sociais. Os discursos em torno da democratização, da igualdade, tendem a ofuscar e esconder as contradições sociais postas na chamada Sociedade do Conhecimento. Cabe a Escola aprofundar e desmistificar esses processos, regatando o conhecimento histórica e socialmente construído, como base do conhecimento escolar, promovendo a seleção e a reflexão sobre toda a informação imposta e comercializada. Em nome de deixar que o aluno aprenda por si mesmo, o valor do conhecimento está sendo perdido dentro das práticas docentes, que muitas vezes consideram-se revolucionárias.
   Uma nova forma de exclusão é garantida, perversamente, ao se limitar o saber dos cidadãos de países em desenvolvimento, estimulando o acesso à informação sem valorizar o acesso ao conhecimento. Nosso compromisso, enquanto educadores, é garantir o acesso, a apropriação e a elaboração do conhecimento, em todas as suas dimensões. 



Karina Mello Bonilaure
 

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* Perrenoud - Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia e leciona nas áreas de currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra.


Referências Bibliográficas

DUARTE, Newton. As pedagogias do “aprender aprender” e as ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação, n. 18, set-dez, 2001. p. 35-40

NAGEL, Lizia Helena. A Sociedade do Conhecimento no conhecimento dos educadores. Revista Acadêmica Multidisciplinar Urutágua, Maringá, ano I, n. 04, maio de 2002.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Para que "Escola dos Sonhos"?

Primeiramente peço desculpas por fugir um pouco do que penso ser o foco do blog, entretanto não poderia deixar de comentar a máteria de Carlos Haag com o título "A ilusão da igualdade" da última edição da revista Fapesp.

Está mostrado que "a desigualdade econômica de renda corrente tem se reduzido sistematicamente no Brasil ... estimam que... em 2030 atingiremos o nível de desigualdade semelhante ao do  Canadá", entretanto, " é preciso falar de desigualdades em lugar de desigualdade. A baixa renda é apenas um dos riscos sociais" e concluem com as declarações do economista Dedecca: “Não basta combater a pobreza monetária" a população "sofre com uma elevada vulnerabilidade de serviços públicos e sociais... De que adianta ter renda canadense sem ter saúde, educação, habitação e saneamento de qualidade mínima?


Parabólicas se misturam à miséria na favela do Morro Dona Marta, Rio de Janeiro

Gostaria de parabenizá-los pela criação do sitio "Escola dos Sonhos" pois acredito que sinceramente estamos acordando e mudando a realidade do nosso entorno. Nesta matéria podemos observar o porque da Escola dos Sonhos e a importância do que estamos fazendo para nosso país.

Quem tiver interesse em ler a matéria na integra segue o link: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/04/10/a-ilus%C3%A3o-da-igualdade/

Luiz Diego Marestoni
Professor